sábado, 9 de junho de 2012

8. Repassando os médicos

Satisfeito com a última consulta, e aguardando o dia marcado para uma nova ressonância, resolvi repassar minhas consultas até aquele instante. Eu tinha direito a retornos, achei uma boa ideia voltar a dois profissionais (!?!).

– Quanta bobagem, você fica ouvindo estes médicos recém-formados, que não aprenderam nada na faculdade e ficam falando um monte de asneiras. Depois os pacientes aparecem todos aqui, querendo que eu corrija as besteiras!

Pois é, esta foi a reação do médico que me pediu o tap-test (artigo Enfim uma solução, a válvula), lembram? Quando disse que cancelei o exame por orientação do último médico, tive que escutar o discurso acima. No meio de suas indignações ele praticamente me chamou de burro, falou que não esperava por isso.

Para evitar discussões desnecessárias, pouco produtivas, disse que remarcaria o exame e fui embora. Eu estava abismado, atônito. E, claro, com uma pontinha de dúvida. Será que cancelar o tap-test foi a decisão mais correta?

Fui a mais um médico, aquele que considerou meu caso incurável, "...que aos poucos minha condição neurológica iria piorar, eu iria ter cada vez mais problemas para andar, para falar, pegar objetos e até para reconhecer pessoas." (artigo Excesso de líquor - e agora?)

Minha primeira pergunta foi sobre a válvula, perguntei se não seria uma cura. Ele respondeu que não, não era cura, era apenas um tratamento para eliminar o excesso de líquor. Fiquei novamente abismado! Ué, não interessa se era cura ou diminuição do excesso de líquor, importava apenas que voltaria a ter uma vida normal. E o mais incrível é que ele nem mencionou a consulta anterior, quando disse que meu caso não tinha solução.

Como eu havia feito algumas pesquisas na internet, consultas ao Dr. Google (rs), sabia que outro possível tratamento seria uma cirurgia de descompressão, indicada para quem tinha a malformação de Arnold Chiari - meu caso!

... Sintomas significativos ou progressivos pedem tratamento cirúrgico que consiste na descompressão da fossa posterior. É realizada uma craniectomia sub-occipital de aproximadamente 3 cm, com remoção do arco posterior do atlas, objetivando o restabelecimento do fluxo liquórico na fossa posterior, cabendo ao cirurgião avaliar a necessidade de eletrocoagulação, ressecção de tonsilas ou retração das tonsilas através de pontos ancorados na dura-máter (texto retirado de Arquivos de Neuro-Psquiatria).

Parecia um procedimento simples, pensava eu em minha condição de leigo absoluto. O neurologista sugeriu então que eu marcasse uma consulta com um neuro-cirurgião, ver a opinião dele. Incrível é que a dúvida não era se esta cirurgia era a coisa certa a fazer - ele já havia dito que era - a dúvida era se poderíamos esperar mais algum tempo, já que meus sintomas eram leves.

– Leves coisa nenhuma disse minha mulher. Você já não faz mais exercícios, não tem equilíbrio, está prejudicando todas as suas atividades normais. Ela estava indignada.

Marquei a consulta com o neuro-cirurgião. Era um profissional respeitado, professor emérito de grandes universidades e diretor de um dos hospitais mais considerados. A consulta - mais uma vez - foi frustrante! Inacreditável!

Este artigo está ficando muito grande. Conto mais na próxima semana!



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